segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Lado Negro da Lua


... e eu pude ver, diante do límpido lago escuro, a Lua esconder sua face brilhante perante mim e revelar-se em sua forma real: negra, intensa, mortal. Pude sentir seu poder invadir-me o corpo e o espírito e falar ao meu coração, pesando-me por dentro com sua força. E de repente, como que por encanto, não sei, eu não era mais eu.
Meu reles corpo de homem e a Soberana naquele momento eram somente um, integralmente. E assim, iniciamos uma estranha e sensual dança, diante das águas mui serenas e misteriosas daquele lago. Mas não demorou muito para que isso mudasse e as mesmas começassem a se agitar, de início levemente e em seguida de forma agressiva. Tive medo e quis fugir dali, mas a presença d'Ela não permitia, eu não tinha controle algum.

Então, com um assomo de medo e admiração, vi um ser emergir lentamente daquelas águas e vir até minha direção. Apesar da escuridão, eu o via claramente, era também um homem, mas não um qualquer: tinha cabelos longos e negros, um imenso corpo, com seus músculos saltados e coberto de símbolos que eram bem antigos, reconheci. Além disso, não pude deixar de notar o grande volume que se fazia no meio de suas pernas, ele estava absolutamente nú.

Ao se aproximar, tomou-me em seus braços fortes e continuou aqueles estranhos movimentos que antes eu e minha Rainha fazíamos, parecia saber adivinhar meus pensamentos e emoções, que se misturavam com os d'Ela. E naquele momento tive mais medo do que poderia me acontecer, mas Ela me dizia em pensamento : "É chegado o momento de se entregar... não tenha medo, nós o faremos juntos, eu e você". Nessa mesma hora eu notei que o enorme falo daquele ser tão imponente (e muito belo) roçava meu abdômen, ao passo que executávamos a dança. Se minha Deusa Luna me dizia para não ter medo, então eu não podia fazer diferente, fechei meus olhos. Sentia seus braços me pressionando cada vez mais forte, de modo que eu perdia o fôlego, ao mesmo tempo em que uma nova e mais intensa sensação ia-me tomando por completo, o louco desejo de ser possuído por aquele homem. Ele novamente pareceu ler meus pensamentos, pois foi-me abaixando e deitando-me no chão e em seguida erguendo minhas pernas, deixando à mostra meu sexo e glúteos. Sabendo que era inevitável e necessário, não ofereci resistência alguma, somente pousei meus braços nas rochas e abri meus olhos e para novamente contemplar todo aquele grande corpo de homem, prestes a me tomar como um macho toma sua fêmea, num misto de tensão e volúpia maior que antes que me veio em ondas, fazendo-me tremer levemente. Ele, por sua vez, foi lentamente avançando sobre mim, enquanto seu poderoso mastro passeava por minhas nádegas, a fim de deflorar meu orifício virgem; eu podia sentir seu cheiro de homem, tão intenso e viril.

Então, como que de surpresa, ele invadiu-me por completo, de uma só vez e violentamente. Impossível é descrever a dor lancinante que senti naquele momento, mas forças para gritar de agonia me faltavam, Ele estava completamente encimado sobre meu frágil corpo, pesando sobre mim. Ficou assim, com seu membro absurdamente grosso e rígido pulsando dentro de mim por alguns instantes, dilatando minhas entranhas. Não demorou muito até que erguesse seu quadril de forma a retirar-se de mim e depois invadir-me novamente, dessa vez iniciando um vaivém que aos poucos foi transformando minha imensa dor em volúpia tal que me consumia por dentro como fogo e me fazia querer aquilo mais e mais. Suas estocadas eram profundas e fortes, e em pouco tempo arrancavam dele gemidos que mais pareciam urros de um animal selvagem. Eu também gemia, apesar de não ouvir minha voz, mas sim a d'Ela como se fosse a minha, a soar pela noite, a misturar-se com os uivos do vento balançando as imensas copas das árvores atrás de nós.

E sem menos esperar, ao mesmo tempo em que meus braços envolveram seu pescoço (era Ela), Ele colou seu rosto conta o meu, olhando-me com aqueles intensos olhos negros e beijou-me na boca, tal qual um desesperado, fazendo sua língua ir de encontro à minha, iniciando com ela uma louca e deliciosa luta. Ficamos assim por um período que a mim pareceu uma eternidade, o suor escorrendo por nossos corpos, quando de repente Ele, parecendo não aguentar mais toda a tensão, contraiu seu corpo, ergueu sua cabeça aos céus e num urro assustador liberou toda a sua força dentro de mim, na forma de vários e potentes jatos de prazer, preenchendo minhas entranhas com seu fluido...

Quando senti que Ele estava para novamente pesar seu corpo sobre o meu, dessa vez absolutamente exaurido, de um sobressalto ergui-me. Achava-me dentro do meu quarto, sentado em minha cama, com minhas roupas completamente ensopadas de suor e um livro negro pousado em meu colo. Como pôde algo assim ter sido somente um sonho, perguntei-me. Especialmente por duas coisas: a primeira era que eu ainda podia sentir o cheiro de virilidade e masculinidade que exalava do corpo d'Ele; e a segunda, o meu corpo ainda guardava TODAS as sensações daquele momento... todas, sem exceção...

Baixei os olhos para o livro que eu lia e o peguei. A página aberta mostrava Ele ali, saindo daquele lago negro, com suas curvas torneadas e saltadas e seus belos cabelos. Na capa, o livro trazia o título "O Lado Negro da Lua"...

2 comentários:

  1. Acima, o gemado azul é

    O despido esplendor de Nuit;

    Ela se curva em êxtase para beijar

    Os secretos ardores de Hadit.

    O globo alado, o estrelado azul

    São meus, Oh Ankh-af-na-khonsu!

    (trecho do "O livro da lei" de Aleister Crowley)

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